Em fases anteriores eu escrevia com a facilidade que uma criança chuta uma bola em direção ao campo aberto.
Não pensava sobre o que escrever, como construir as frases ou desenhar as palavras, eu simplesmente escrevia e ponto.
Tinha que me policiar pois a profusão de palavras era tamanha que vazava entre as folhas não permitindo que meu raciocínio, embora rápido, as acompanhasse na mesma velocidade em que nasciam.
Meus sentimentos, desejos, alegrias e angústias expressavam-se com uma facilidade espantosa.
Tornava-me um simples escriba de mim mesmo, e permitia que minha alma ditasse o que ela bem quisesse, sem questionar, sem hesitar, sem mudanças de idéia ou volteios em contextos mesmo que assimétricos ou desconfortavelmente herméticos.
As palavras foram minhas melhores amigas íntimas por um longo tempo, e eu dançava com elas no espaço infinito de uma página em branco, as abraçava, as beijava, fazíamos amor na frente de todos sem o menor pudor.
Certo dia e sem nenhuma explicação plausível, elas me abandonaram, tornaram-se furtivas, quase que inalcançáveis.
Não permitindo mais que eu as tocasse sem que evaporassem no ar em minúsculas gotículas frias explodindo como frágeis bolhas de sabão. As mesmas que inflavam-se ao meu menor suspiro.
Restou-me a saudade, a lembrança melancólica de tantas frases que me decifravam tão bem e o desejo de, um dia, reencontrá-las em algum universo paralelo ainda flutuando em mim prontas para, mais uma vez, tornar o papel em branco nossos lençóis.
Não pensava sobre o que escrever, como construir as frases ou desenhar as palavras, eu simplesmente escrevia e ponto.
Tinha que me policiar pois a profusão de palavras era tamanha que vazava entre as folhas não permitindo que meu raciocínio, embora rápido, as acompanhasse na mesma velocidade em que nasciam.
Meus sentimentos, desejos, alegrias e angústias expressavam-se com uma facilidade espantosa.
Tornava-me um simples escriba de mim mesmo, e permitia que minha alma ditasse o que ela bem quisesse, sem questionar, sem hesitar, sem mudanças de idéia ou volteios em contextos mesmo que assimétricos ou desconfortavelmente herméticos.
As palavras foram minhas melhores amigas íntimas por um longo tempo, e eu dançava com elas no espaço infinito de uma página em branco, as abraçava, as beijava, fazíamos amor na frente de todos sem o menor pudor.
Certo dia e sem nenhuma explicação plausível, elas me abandonaram, tornaram-se furtivas, quase que inalcançáveis.
Não permitindo mais que eu as tocasse sem que evaporassem no ar em minúsculas gotículas frias explodindo como frágeis bolhas de sabão. As mesmas que inflavam-se ao meu menor suspiro.
Restou-me a saudade, a lembrança melancólica de tantas frases que me decifravam tão bem e o desejo de, um dia, reencontrá-las em algum universo paralelo ainda flutuando em mim prontas para, mais uma vez, tornar o papel em branco nossos lençóis.
12 comentários:
Eu sempre digo que quem é vivo um dia aparece....rssrsrsrsrsr.
Amigo, liga não, já vivi isto, pegava papel e caneta rabiscava e nada me agradava ou melhor, nada saia...a caneta parece que estava vazia, não havia tinta, pois nada conseguia escrever.
Mas com o tempo, tudo passa e tudo volta a mais perfeita ordem.
Bom te ver por aqui,
Saudades...
Beijos !
Sou tua fã!
Demora a escrever mas, qdo escreve é uma delicadeza sem fim, genial!
bjinhos ú&e ;*
Se vc escreveu isso aí sem o amor das palavras eu não sei o que saía qdo vc tinha o amor delas!
Mto bom o texto
=]
bjoss
Olá, Marcelo!
Quanto tempo...acho que nem se lembra de mim...
Gostei da sua prosa, "tornarmos o papel em branco em nossos lençóis" é uma linda imagem, que fica, se eterniza, ainda que quem a construiu esteja em luta com as palavras.
Obrigada pela gentil visita ao meu Blog!
Fique com o meu abraço e o meu sorriso,
Renata Maria
Oi Marcelo!
Que falta de inspiração que nada. Se esse belo post, é fruto de um deserto, estou esperando ansiosa pela tua primavera.
Bjo querido.
Ah, você também foi traído pela inspiração, aquela perversa? Pois é, ela também me abandonou e levou as palavras com ela.
Há um belo encontro de palavras aqui Marcelo, não há vazio, há sentimentos infinitos.
Você já percebeu o colorido que uma bolha de sabão reflete? Elas são leves, assim como o que escreves.
Gostei do seu cantinho.
Um beijo mocinho
Oi Má
Saudade dos seus textos sempre bem construídos, das suas idéias que vão desenhando o papel e ganhando vida... Sim o que vc escreve é intensamente vivo.
Agradeço pela visita no meu blog, realmente as músicas do The Coors são extremamente suaves e lindas, tb adoro...
Beijos meus, menino.
Glau
E vc ainda fala em falta de inspiração, meu bem?
Ai ai... rsrsr
beijão
Hahaha, eles briham mto mesmo!!
*_*
Bjoss
Heeeee Marcelo! Estava saudosa... Voce escreve muito bem e não acho, sinceramente, que as palavras tenham evaporado. Inconteste pelo excelente texto. Mas é certo que temos fases.
Beijo
talvez seja essa a essência da bolha de sabão ser tão frágil... porém, bonita e misteriosa... sim, misteriosa!
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