Não ouço mais nada.
Não percebo a diferença entre a luz e a escuridão, estou cego.
Não sinto mais nenhum cheiro ou sabor.
Não tenho mais tato, todas as texturas me parecem iguais, não diferencio o quente do frio.
Não sinto medo, nem raiva, nem dor e nem prazer.
Eu não sinto mais nada...Absolutamente nada.
Meu coração ainda pulsa, o meu sangue corre pelas veias regando todos os órgãos que funcionam em perfeita harmonia com o meu cérebro.
Porém ele não comanda mais os meus sentidos.
Os ponteiros do relógio não se movem.
O tempo parou, o meu tempo congelou.
Estou em suspensão...
Vagando no vácuo negro para onde são enviados os que se perderam daqueles que nunca deveriam ter deixado para trás.
E aqui vou permanecer até que me devolvam aquela que comanda todos os meus sentidos.
Enquanto isso, devo contentar-me com a longínqua esperança do retorno.
Sem nada saber.
Ano, mês, semana, dia, hora, minuto ou segundo.
Sem nada pedir.
Devo apenas esperar.
Sem nada sentir...
31 comentários:
Marcelo, grata pela sua visita e comentário. Vem buscar a tua flor e mantém viva a esperança, sempre.
Lembra-te:
«A hora mais sombria é que aquela que antecede a aurora»
bj
É difícil sentir alguma coisa nessas condições. Eu estaria sofrendo muito... Mas a alegria ainda vive nas lembranças do passado e na promessa de um novo amanhã.
Beijos de luz,
Aline***
P.S.: Torço por vocês!
Texto muito bem, posso publicá-lo no meu próximo post a várias mãos?
Amigo, eu peço que dê mais um pulinho no meu Blog, pois fiz novo post. Não precisa ver tudo. Basta apertar a tecla "page Down" do computador e para onde quiser. Se quiser ver mais coisas, volt no dia seguinte, o post não vai sumir.
Um beijo,
Renata
wwwrenatacordeiro.blogspot.com
O sono – Oh, ilusão! – o sono?
Quem Logrará esse vácuo ao qual aspira
A alma que de aspirar em vão delira
E já nem força para querer tem?
Que sono apetecemos?
O d’alguém Adormecido na feliz mentira
Da sonolência vaga que nos tira Todo o sentir na qual a dor nos vem?
É um excerto de Fernando Pessoa... outro dia escrevi sobre isso também, quem não gostaria de ficar "confortably numb" e não sentir nada? Esperar... sem sentir... sem pedir... sem saber... sem desejar...
Beijos
Não se preocupe, quando o motivo de seus sentidos voltar, você terá uma explosão de sentimentos. Aí sentirá tudo o que não pode agora.
Gostei da nova imagem de topo. Eu conheço aquela exposição em que o artista "faz fogo com água". É realmente belo, e caiu perfeitamente com o título do blog.
Parabéns pela idéia.
Aplausos
Nossa....quer uma mão que te puxe?
Beijo
Tenho andado com meus sentimentos suspensos faz um bom tempo, hora mais altos hora mais baixos...na verdade nem sei mais se é uma defesa ou simplesmente algo que não domino.
Sei apenas que não é muito bom...
Abraço
Isso é falta de amor, meu belo homem?
Na verdade achar um amor verdadeiro é tarefa bastante difícil.
Embora o tênue véu da tristeza e do "perdido" as vezes pareçe não terminar nunca.
É como um filme em pausa né?
Sinto o mesmo, não se preocupe, vc não está só na sala de estar, tb espero que dêm o play!
Bjnhos, mtos deles
[...]
Desconcertado? É, todos estamos. Estamos submersos nesse mar de sentimentos conflituosos e etc. É cansativo, estranho mas é assim. Gostei do blog. Tenha uma boa semana.
Que a cegueira seja breve...
Que os ventos de setembro murmurem profecias lindas para você, acordes de músicas e toques finas de alegria espiritual, voando em direções certas e tangíveis.
Um beijo menino!
o que tá acontecendo marcelo?!! :S
logo você que diz que o que é eterno nunca acaba (...)
parece muito triste, não fica assim "/
:)
, beeijo:*
Deixa esse "nada" para ficar com "tudo"
Bjs
O tempo não pára.
Nós é que não vemos ele passar.
E quando estamos esperando muito por uma coisa, parece que vai levar anos né?
Mas é só o frio querendo te confundir.
Nunca perca as esperanças :)
Já disse por aqui que você escreve as vezes o que sinto, ou senti recentemente.
No meu caso, quando a coisa fica feia para o meu lado eu vou dançar. E sábado, depois de ler algumas coisas por aqui, foi o melhor caminho. Ou danço eu, ou ficava o juízo dançando a noite toda.
Acho bonita essa sua forma de escrever e descrever a intensidade do sentir.
abraços
Sou um vegeto das ruínas. o meu ser
sente o mastigar de cada hora
por entre o céu descoberto.o anoitecer
Uma coisa em stand by... doida pra vir à tona.
Paciência, amigo... paciência.
Oi Marcelo...
Hoje passo rapidamente por aqui,
para convidá-lo a vir até o meu Avesso para um brinde muito especial!Voltarei para te ler com calma...Então te espero lá!
Abraços
Maria
Olha... Melhoras pra você, espero que todas as coisas voltem em breve.
Eu, com minha sinestesia louca, já perdi o olfato e foi super estranho, porque todas as coisas ficaram com um cheiro bastante visivél e gelado...
Nada a ver com o que você escreveu, mas eu lembrei disso.
Abraço!
Parabéns pelo blog!
Alexandra Periard
(Atriz e Escritora)
confesso...confesso confesso..fico meio sem pelavras ao ler seus textos leves e sempre..gostosos de ler e reler...sintir diria..!
bjs!
Mais paciência, dona Mila?
Me abandonou?
UHAuhaauhauh
Adoro seus textos
Me prende semprea te o final
Te espero no meu
;)
uma vez mais parabéns :-)
uau!!
"Devo apenas esperar.
Sem nada sentir... "
Fiquei um tempo assim, Marcelo... mas depois eu decidi esperar... entretanto vivendo e sentindo!
Ainda espero!
Beijo e paciencia!
Amei o texto anterior e concordo com a tua conclusão. Quando se nasce um para o outro, quando nos chega a certeza de se ser 'almas gêmeas', é inquestionável que, para qualquer lugar que se olhe, há de se ver "nossos rostos sobrepostos ao que enxergamos".
Quanto ao texto atual, estou aqui fazendo algumas indagações: foi uma mudança de situação que permitiu o extravasamento de sentimentos de uma outra ordem? Ou é apenas uma 'criação literária' com um fundo de descrença, de expectativa, de inação, de indiferença, gerando uma (in)sensibilidade que não se faz coerente com textos anteriores tão ricos de emoções prazerosas, como aquele que traz uma explicação ‘simples e nítida’ para o fato de duas pessoas se amarem tanto... ou como um outro texto, tão doce, escrito numa madrugada quando se notou que “a coberta não aquece e os pensamentos atravessam o Atlântico nas asas da saudade”.
Desculpando-me por ter ‘passeado’ nos teus escritos, fica aqui o meu desejo de que o texto de agora seja realmente o exercício de um processo literário, e que em breve possamos ter o prazer de conhecer aquele “diamante que se encontra brilhando nas 7 cores do arco-íris exposto na vitrine de uma joalheria muito cara...”
Ficam flores perfumando a tua alma, sorrisos atapetando teu coração, estrelas reluzindo no teu olhar, e um beijo no teu coração, no desejo de uma quarta-feira onde agradáveis surpresas possam impulsionar tuas ações.
é ruim estar assim, poeta =/ uma profusão confusa de sentimentos. Nem freud explica. Mas constatamos que são inevitáveis às vezes... torcendo que passe logo.
Esse momento é importante para um poeta como vc. Faz vc refletir e dai surgir poemas lindos.
Acho que isso é nato de todos nós, depois de uma hibernação, as vezes até involuntária, renasce grandes inspirações, já dizem os escritores, para deixar fluir seus trabalhos, faz-se necessário essa introspecção.
Curta esse momento poeta e boa sorte.
Beijinhos....saudades de ti...
Voce escreve muito bem :}
Voce escreve muito bem :}
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